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Rev. @mbienteeducação
, São Paulo,
v. 15, n. 00, e022009, 2022
. e-ISSN: 1982-8632
DOI: https://doi.org/10.26843/ae.v15i00.1148
1
CONSTRUIR HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS COM AS CRIANÇAS:
APRESENTAÇÃO DE UM PROJETO DE INVESTIGAÇÃO E INTERVENÇÃO
PEDAGÓGICA
CONSTRUYENDO HÁBITOS ALIMENTARIOS SALUDABLES CON NIÑOS:
PRESENTACIÓN DE UN PROYECTO DE INVESTIGACIÓN E INTERVENCIÓN
BUILDING HEALTHY EATING HABITS WITH CHILDREN: PRESENTING A
RESEARCH AND INTERVENTION PROJECT
Beatriz CRUZINHA
1
Teresa SARMENTO
2
RESUMO
:
Os hábitos alimentares adotados pelas crianças têm se tornado uma temática de
grande relevo e, atualmente, existe uma grande preocupação em fomentar uma atitude correta
no que respeita ao tipo de alimentação a adotar. Porém, na prática, verifica-se, em alguns
contextos educativos, que as crianças não adotam hábitos alimentares saudáveis no seu
cotidiano. O presente artigo resulta da análise de dois projetos de intervenção pedagógica,
desenvolvidos no âmbito do Estágio do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º
Ciclo do Ensino Básico, da Universidade do Minho, que tiveram como foco promover
aprendizagens inerentes a hábitos alimentares saudáveis. No desenrolar do projeto, analisamos
conceitos e ideias relativas à alimentação saudável, perspectivando o desenvolvimento de
competências ao nível da adoção de hábitos alimentares saudáveis. Para tal, promovemos,
através duma perspectiva holística do saber e da aprendizagem, atividades práticas, criativas e
significativas, propiciando o trabalho colaborativo entre crianças e entre estas e adultos, de
modo a alcançar os objetivos de intervenção e de investigação pedagógica perspectivados.
PALAVRAS-CHAVE
:
Alimentação saudável. Atividades práticas. Desenvolvimento
holístico. Interdisciplinaridade.
RESUMEM
:
Los hábitos alimentarios que adoptan los niños se han convertido en un tema de
gran importancia y, en la actualidad, existe una gran preocupación por promover una actitud
correcta respecto al tipo de alimentación a adoptar. Sin embargo, en la práctica, en algunos
contextos educativos, los niños no adoptan hábitos alimentarios saludables en su día a día.
Este artículo resulta del análisis de dos proyectos de intervención pedagógica, desarrollados
en el ámbito del Internado de la Maestría en Educación Preescolar y Enseñanza del 1er Ciclo
de Educación Básica, en la Universidad de Minho, que se centró en promover aprendizajes
inherentes a los hábitos de alimentación saludable. En el transcurso del proyecto, analizamos
conceptos e ideas relacionadas con la alimentación saludable, con miras a desarrollar
1
Universidade do Minho (UMINHO), Braga
–
Portugal. Educadora de Infância e Professora de 1.º Ciclo do Ensino
Básico. Mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico (UMINHO). ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-3430-039X. E-mail: beatrizcruzinha10@hotmail.com
2
Universidade do Minho (UMINHO), Braga
–
Portugal. Professora Auxiliar. Departamento de Ciências Sociais
da Educação, Instituto da Educação. Doutorado em Estudos da Criança (UMINHO). ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-2371-399X. E-mail: tsarmento@ie.uminho.pt
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habilidades en cuanto a la adopción de hábitos alimentarios saludables. Para ello,
promovemos, a través de una perspectiva holística de conocimiento y aprendizaje, actividades
prácticas, creativas y significativas, fomentando el trabajo colaborativo entre los niños y entre
estos y los adultos, con el fin de alcanzar los objetivos de intervención e investigación
pedagógica pretendidos.
PALABRAS-CLAVE
:
Alimentación saludable. Actividades prácticas. Desarrollo holístico.
Interdisciplinariedad.
ABSTRACT
:
The eating habits adopted by children have become a topic of great importance
and, currently, there is a great concern to promote a correct attitude regarding the type of food
to adopt. However, in practice, in some educational contexts, children do not adopt healthy
eating habits in their daily lives. This article results from the analysis of two pedagogical
intervention projects, developed within the scope of the Internship of the Master's Degree in
Pre-School Education and Teaching of the 1st Cycle of Basic Education, at the University of
Minho, which focused on promoting learning inherent to habits healthy food. In the course of
the project, we analyzed concepts and ideas related to healthy eating, with a view to developing
skills in terms of adopting healthy eating habits. To this end, we promote, through a holistic
perspective of knowledge and learning, practical, creative and meaningful activities, promoting
collaborative work between children and between them and adults, in order to achieve the
intended intervention and pedagogical research objectives.
KEYWORDS
: Healthy eating. Practical activities. Holistic development. Interdisciplinarity.
Introdução
O presente texto resulta da investigação desenvolvida no âmbito Estágio, integrado no
plano de estudos do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico,
do Instituto de Educação da Universidade do Minho, tendo sido realizada em dois momentos:
o primeiro em Jardim de Infância, com um grupo de crianças com idades compreendidas entre
3 e 6 anos, e o segundo numa sala do 1.º ano do 1.º Ciclo, com alunos/as com idades
compreendidas entre 6 e 7 anos. Este artigo sustenta-se num projeto que alberga duas dimensões
fundamentais, articuladas entre si, a investigação e a intervenção pedagógica. Assim, pretende-
se analisar a implementação de estratégias pedagógicas utilizadas de modo a potenciar hábitos
alimentares saudáveis nas crianças, a partir da participação delas em todo o processo educativo.
O desenvolvimento do projeto foi suportado por um pensamento crítico e reflexivo
constante, permitindo que nos tornássemos profissionais conscientes, com uma postura atenta
e com um olhar sensível face à complexidade da realidade educativa e às problemáticas a ela
associadas, possibilitando a transformação e mudança do ambiente e das práticas educativas,
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assim como a promoção de momentos de ensino-aprendizagem significativos, autênticos e
criativos, através de uma prática pedagógica centrada em ideais socioconstrutivistas.
Assim, procura-se compreender, através da investigação e reflexão constante, as
potencialidades das atividades que foram implementadas, relacionadas com a alimentação
saudável, para o desenvolvimento integral da criança e para a conquista de competências úteis
para a vida ao nível da saúde e bem-
estar, uma vez que “as experiências de vinculação na
infância e a educação que se recebe nos primeiros anos de vida até à adolescência são
determinantes na adopção de atitudes e comportamentos rela
cionados com a saúde”
(LOUREIRO, 2004. p. 44).
A motivação para a implementação deste projeto e realização desta investigação
prendeu-se, essencialmente, com a observação realizada durante as primeiras semanas de
estágio, nas quais procuramos perceber quais os interesses e necessidades das crianças. Durante
esse tempo de observação participante, foram notórias as lacunas existentes no que concerne à
alimentação das crianças, ainda que, nas crianças do 1º Ciclo, essas lacunas fossem menos
evidentes. O desenvolvimento dos projetos assentou numa perspetiva holística do saber e da
aprendizagem, envolvendo as crianças na planificação, execução e avaliação das atividades,
sempre com uma intencionalidade educativa.
Pelo exposto, sentimo-nos compelidas em explorar o tema da alimentação, pois
entendemos que, deste modo, poderíamos ajudar a sensibilizar as crianças e, até mesmo, os
adultos, para a importância de uma alimentação correta para a nossa saúde e bem-estar.
Gostaríamos de poder ajudar neste sentido, procurando contribuir para a melhoria dos hábitos
alimentares destas crianças, uma vez que “para os mais pequenos são particularmente
importantes as estratégias que incluem a exposição às comidas num contexto social positivo,
tendo como modelos de referência pares e adultos, bem como a utilização apropriada de
incentivos” (LOUREIRO, 2004, p. 44).
Assim, através do projeto de investigação-ação, intitulado
Vamos comer bem! - Um
projeto educativo para a adoção de hábitos alimentares saudáveis
, objetivou-se a integração
de hábitos saudáveis no cotidiano das crianças, num contexto mais estruturado e apoiado, de
modo a favorecer as suas aprendizagens, bem como a sua saúde e bem-estar diário.
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Caraterização do contexto e definição da intervenção-investigação
De modo a caraterizar o contexto pedagógico, partimos, principalmente, da observação,
das interações criadas com os intervenientes da ação educativa e da análise dos documentos
institucionais disponibilizados.
Neste sentido, apresenta-se o Agrupamento de Escolas em causa, que pertence ao
distrito de Braga e é constituído por dez estabelecimentos, que abrangem o ensino desde a
Educação Pré-Escolar ao Ensino Secundário. Ademais, é considerado um agrupamento de
referência para a educação bilingue de alunos surdos, disponibilizando vários técnicos de apoio.
O seu projeto educativo define como objetivo prioritário assegurar uma aprendizagem estável,
enquadrada nos programas das disciplinas e áreas curriculares, contribuindo para o
melhoramento da sociedade através da formação de cidadãos críticos, criativos e responsáveis.
O grupo de Educação Pré-Escolar com o qual implementamos o projeto era constituído
por vinte e quatro crianças (n=24), com idades compreendidas entre os três e os seis anos. Este
grupo apresentava uma grande diversidade cultural, integrando crianças de diversas
nacionalidades, sendo a maioria brasileira. As crianças mostravam-se participativas e
interessadas, sendo que respeitamos os seus ritmos e utilizamos estratégias apropriadas ao
grupo, promovendo, deste modo, as suas aprendizagens, dado que a criança tem “o direito de
ser escutada nas decisões relativas à sua aprendizagem e de participar no desenvolvimento do
currículo” (SILVA
et al.
, 2016, p. 31).
A turma do 1.º ano do 1.º Ciclo, com a qual tivemos a oportunidade de estagiar, era
constituída por dezenove alunos (n=19), com idades compreendidas entre os seis e os sete anos.
Ademais, a turma apresentava uma grande diversidade cultural, integrando crianças de
nacionalidade brasileira, espanhola, portuguesa e turca, assumindo-se, desde o início, que a
diversidade deve ser “encarada como um meio privilegiado para enriquecer as experiências e
oportunidades de aprendizagem de cada criança” (SILVA
et al.
, 2016, p. 10).
Os alunos mostravam-se comunicativos e empenhados. Contudo, era visível a
dificuldade que apresentavam em trabalhar colaborativamente; sendo este um dos parâmetros
em foco, trabalhados persistentemente, utilizando estratégias pertinentes em que as crianças
puderam experienciar novas atividades, explorar espaços e experimentar novas vivências.
Por fim, salientamos que o conhecimento do contexto educativo é vital para a realização
de atividades efetivamente significativas e apropriadas à realidade apresentada, bem como às
necessidades e caraterísticas de cada criança, pelo que temos de ter em conta a sua
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individualidade, o seu desenvolvimento cognitivo e emocional e a sua situação socioeconómica
e cultural.
Enquadramento teórico
Neste tópico será apresentado o suporte teórico que, na nossa perspetiva, ajudará a
compreender a importância da promoção de hábitos alimentares saudáveis na formação inicial
das crianças. Afirmamos a participação da criança como princípio fundamental no processo de
ensino-aprendizagem, de forma a torná-lo mais consistente, significativo e de qualidade.
Ademais, para que tal seja possível, é crucial abordar o papel da Escola e do Educador/Professor
na promoção de hábitos alimentares saudáveis, compreendendo, também, as mudanças
necessárias para pensar a escola no contexto atual.
Importância da alimentação saudável para a saúde e bem-estar
A alimentação é um processo complexo, não se restringindo à necessidade biológica;
ou seja, ingerir alimentos para sustentar as necessidades vitais de cada indivíduo, mas também
recorremos a ela como um modo de obter prazer, de conviver com outras pessoas, de controlar
diversas angústias, entre muitos outros fatores. É evidente que a alimentação transpõe as
condições biológicas, sendo também influenciada por aspetos religiosos, culturais, afetivos,
sociais ou geográficos (ZANCUL, 2017). A alimentação é vivida de uma maneira diferente por
cada pessoa e por cada povo, já que apresenta um significado díspar para cada um, sendo, desta
forma, vista como um “traço de identidade” (LOUREIRO, 2004, p.
43).
A alimentação apresenta grande relevo, é um tema vasto e explorado por diversos
profissionais. Dentro do tema, a promoção de hábitos alimentares saudáveis deve ser um
aspecto a destacar, já que é um fator essencial e determinante da saúde e qualidade de vida de
cada uma das pessoas (ZANCUL, 2017). Posto isto, é irrefutável a abundância de fatores que
dificultam a fomentação de hábitos alimentares saudáveis nos indivíduos, principalmente nas
crianças, sendo alguns deles: “valores socioculturais, imagem corporal, necessidades
fisiológicas e saúde individual, preferências, convivências sociais (hábitos familiares e de
amigos), situação financeira familiar, acesso a alimentos fora de casa e de alimentos semi-
preparados, influência exercida pela mídia” (LOPES; DAVI, 2016, p. 106
-107).
O estilo de vida que observamos ao longo dos últimos anos leva ao sedentarismo e este
advém da escassa orientação nutricional, o que propiciará o aumento da taxa de obesidade,
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comprometendo, deste modo, a saúde física e mental das pessoas que passam por esta situação
(SOARES; OLIVEIRA, 2004). Assim, é de salientar que os maus hábitos alimentares aliados
à falta de exercício físico poderão provocar um número elevado de doenças. Em consequência,
é fulcral que se proceda rapidamente, através de ações e medidas adequadas, de modo a prevenir
essas doenças e a aprimorar a qualidade de vida dos indivíduos (LOPES; DAVI, 2016).
Com a pandemia que assola o país, a obesidade tornou-se uma realidade mais ativa e
mais difícil de controlar. Neste período, foi necessário tomar decisões importantes que foram
impactantes não só na formação das crianças e jovens, mas também na sua alimentação. Com
a passagem de um ensino presencial para um ensino on-line, algumas crianças deixaram de ter
acesso à refeição escolar que é considerada uma “fonte segura e equilibrada de alimentação,
sendo, em alguns casos, a única refeição com essas características acessível a vários alunos”
(SOUSA
et al.
, 2020, p. 6). Além deste entrave para a adoção de hábitos alimentares saudáveis,
também ficou comprometida a situação econômica de algumas famílias, tornando difícil o
acesso a alimentos nutritivos. Por outro lado, a atividade física, que, de igual forma, constitui
um elemento essencial para o combate à obesidade, também ficou comprometida com o
confinamento, visto que as crianças começaram a passar mais tempo em frente ao computador,
deixando de lado a atividade física que desenvolviam na escola. Assim, é evidente que, se em
Portugal o problema da obesidade infantil tem valores crescentes e preocupantes, com a
pandemia e consequente confinamento, estes valores têm tendência a piorar, sendo, deste modo
crucial uma intervenção coesa e significativa na área da educação física e alimentar, de forma
a incutir hábitos alimentares saudáveis que prevalecerão durante toda a vida.
Para criarmos hábitos alimentares saudáveis, temos de ter em conta a qualidade dos
alimentos, mas também a quantidade (ME, 2006). É relevante realçar que a quantidade e a
qualidade da alimentação têm vindo a alterar-se ao longo dos tempos. Atualmente,
é “mais
comum o consumo de alimentos processados, congelados, ricos em sódio, açúcares e gorduras
saturadas - alimentos de alto valor e
nergético e baixo valor nutricional” (LOPES; DAVI, 2016,
p. 106), havendo deste modo um “aumento substancial da ingestão calórica” (ME, 2006, p. 31),
não se encontrando o ser humano apto fisiologicamente para essa instabilidade, o que se traduz
numa alimentação desequilibrada e de baixa qualidade (
ibidem
). Além disso, ressalta-se que a
falta ou excesso de nutrientes, pode levar a uma fragilidade na saúde, causando diversas doenças
as quais influenciam um “baixo rendimento escolar e pouco estímulo em aprender” (SOARES;
OLIVEIRA, 2004, p. 2); assim, é fulcral promover, nas crianças e jovens, hábitos alimentares
saudáveis, de modo a que o seu desempenho escolar e futuramente profissional seja produtivo
e significativo, aumentando a sua autoestima e vontade de aprender mais e melhor.
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Realça-
se que “no contexto geral alimentício não existe nenhum alimento proibido, mas
sim, existem aqueles que devem ser consumidos de modo moderado” (SOARES; OLIVEIRA,
2004, p. 10). A ingestão de frutas e vegetais, aliada à prática de exercício físico, é
verdadeiramente importante para a saúde das pessoas (LOUREIRO, 2004); é igualmente
importante que a alimentação seja variada, equilibrada e completa, ou seja, que inclua todos os
alimentos, atendendo às porções mais adequadas de cada um deles. O contato com outras
pessoas, nos momentos das refeições, é fundamental, pois reforça os laços afetivos e as relações
interpessoais. A preparação de jantares com familiares ou amigos, em que todos se encontram
sentados à mesa amistosamente e em que prevaleça uma alimentação saudável, constitui um
convívio aprazível e produtivo, dado que permite a promoção de hábitos alimentares saudáveis,
a criação de relações significativas e a construção de uma personalidade rica.
Desta forma, é incontestável que os comportamentos e a aptidão para se fazer escolhas
saudáveis decorre da vontade de cada um e das competências que alcançou. O modo como cada
pessoa come diz muito sobre si, espelha a forma como interage, a magnitude que confere à
comida, a sua situação econômica, a sua cultura, o modo como trata de si (LOUREIRO, 2004).
A alimentação diz muito sobre cada um de nós e influencia a nossa saúde e a nossa vida,
pelo que é realmente crucial atuar rapidamente em idades precoces, no meio familiar e escolar,
com o auxílio dos familiares e de toda a comunidade educativa, de forma a reduzir os problemas
associados à escassez de hábitos alimentares saudáveis. Logo, tal como afirmam Soares e
Oliveira (2004, p. 4
), “durante toda a vida o ser humano vivenciará condiç
ões de doença ou
saúde, dependendo dos seus hábitos alimentares e condições gerais de bem-
estar”
.
A participação da criança como princípio fundamental no processo de ensino-
aprendizagem
“A escolaridade obrigatória é de e para todos, sendo promotora de equidade e
democracia” (GOMES
et al.
, 2017, p. 13). A escola integra uma grande diversidade de
crianças/alunos/as, independentemente das suas condições socioeconômicas e culturais, mas
também independentemente das condições cognitivas e motivacionais de cada um/a. Assim, é
de enfatizar que todas as crianças/alunos/as devem ter o direito ao acesso e à participação em
todos os contextos educativos (GOMES
et al.
, 2017).
Posto isto, é incontestável que a formação das crianças e dos/as jovens deva ser
efetivamente significativa, criativa, estimulante e verdadeiramente enriquecedora, sendo que
toda a comunidade educativa deverá reger-se por valores e conceitos ricos para a construção de
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